Como será dezembro para a agricultura

Como será dezembro para a agricultura

Foto: Renan Mattos (Arquivo/Diário)

O mês de dezembro deve iniciar com um cenário de chuvas irregulares e abaixo da média no Rio Grande do Sul, o que já acende um sinal de alerta para o setor agrícola. A avaliação é do meteorologista Gustavo Verardo, da BaroClima Meteorologia, que destaca que os primeiros impactos de uma La Niña fraca começam a ser sentidos ainda neste fim de primavera.


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Segundo Verardo, o fenômeno tende a reduzir significativamente o volume de chuva no Estado, enquanto aumenta os acumulados em áreas do norte e nordeste do país. 

— Dezembro é forte candidato a apresentar estiagem, com chuvas mal distribuídas e acumulados baixos – alerta. 


Milho e soja podem ser afetados

O cenário mais seco deve persistir até o fim de fevereiro, quando há tendência de normalização das chuvas no Estado. A situação preocupa especialmente devido ao momento em que se encontram as principais culturas.  As lavouras de milho, muitas em fase avançada de desenvolvimento, podem sentir falta de umidade no solo já nas próximas semanas. O mesmo vale para a soja, que avança para períodos essenciais de crescimento entre dezembro e janeiro.


— A falta de chuva tende a secar rapidamente as camadas mais rasas do solo, agravando o quadro de estiagem – afirma o meteorologista.



Soja avança, mas umidade começa a limitar trabalhos

Na Região Central, o cultivo da soja está na fase de semeadura. Conforme o último boletim da Emater/RS-Ascar, publicado nesta quinta-feira (27), o período foi favorecido pelo predomínio de tempo seco e por chuvas pontuais. Entretanto, a redução da umidade superficial começou a impactar o ritmo das operações. Em áreas de solo mais leve, a semeadura chegou a ser temporariamente reduzida devido à falta de umidade adequada.


Para a safra 2025/2026, a Emater projeta o cultivo de 6.742.236 hectares de soja no Estado, com produtividade média estimada em 3.180 kg/ha.


Sinais de alerta para o milho 

No caso do milho, a água disponível no solo já começa a gerar preocupação em algumas regiões. O boletim da Emater aponta que a cultura apresenta boas condições de desenvolvimento, mantendo o potencial produtivo. Ainda assim, algumas áreas registraram leve estresse hídrico.  


Em lavouras irrigadas, o desenvolvimento é considerado excelente. No entanto, nas áreas de sequeiro, principalmente na Fronteira Oeste, cresce o alerta para o déficit hídrico.


Para a nova safra, a estimativa é de 785.030 hectares cultivados com milho e produtividade média de 7.370 kg/ha no Estado.


Ondas de calor intensas 

Além da redução de chuva, períodos de La Niña costumam favorecer a ocorrência de ondas de calor intensas no Cone Sul, incluindo Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul. A maior presença de sol e a menor nebulosidade aumentam a radiação. 


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